No último dia 31 o Golpe Militar de 64 completou 47 anos. De 1964 a 1985 o Brasil viveu anos de censura, perseguições e tortura aos que se atreviam a ir contra o sistema e tinham coragem para expor o que de fato acontecia no país. Após a abertura política e a adoção das eleições diretas para presidente da republica, o Brasil alimenta a idéia de que é um país com uma democracia totalmente estabelecida, exemplo para nações ainda em processo de democratização. De acordo com a atual Constituição brasileira, somos um povo que goza de direitos como liberdade de informação e expressão. Porém, não se sabe até onde isso é de fato verdade. A imprensa brasileira ainda passa por censura. O Estado brasileiro rende-se a serviço de interesses políticos e econômicos dos grandes conglomerados comunicacionais. O último caso de repercussão nacional foi o da repórter Emanuella Sombra, do Jornal A Tarde da Bahia, que após entrevista com Ivete Sangalo, soube que não poderia publicar partes do texto relacionadas à crise na produtora da qual Ivete é empresária. Na última segunda-feira (28), a jornalista pediu demissão em carta que foi divulgada na internet. No texto, ela desabafa sobre a censura da qual foi vítima, sua dedicação ao jornalismo e seu compromisso com a verdade. Casos como o do senador José Sarney, que por meio de ação judicial conseguiu proibir O Estado de São Paulo de divulgar notícias sobre ele e sua família em meio à crise política de 2009, não é uma exceção na imprensa brasileira. A censura existe de fato. Os meios de comunicação servem para divulgar idéias favoráveis aos donos da mídia, que também são empresários e muitas vezes políticos. O problema é que grande parte da população é manipulada por informações mutiladas e seguem acreditando que somos um país livre e democrático.
por Juliana Sá, 5NA
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